Apesar do crescimento, o cenário segue desafiador: oscilações recentes mostram que o mercado está mais seletivo e exige resultados mais consistentes, especialmente em raças de nicho como o Wagyu.

A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), em seu relatório do 1º semestre de 2025, divulgou que no comparativo com 2024 a comercialização de doses de sêmen para a pecuária de corte no Brasil aumentou cerca de 5%. Apesar do crescimento, o cenário segue desafiador: oscilações recentes mostram que o mercado está mais seletivo e exige resultados mais consistentes, especialmente em raças de nicho como o Wagyu.
Nesse contexto, a escolha do reprodutor ganha ainda mais relevância. A raça, conhecida pelo marmoreio e pela valorização crescente da carne premium, depende diretamente da genética utilizada. “O investimento em sêmen de touros comprovados é o primeiro passo para garantir desempenho no campo e padronização na terminação”, afirma Tatiana Caruso, medica veterinária da Guidara, referência na criação, seleção genética e verticalização da raça no Brasil.
A empresa enxerga um amadurecimento do setor, que agora busca material genético com histórico conhecido e rastreável, capaz de oferecer previsibilidade ao investimento.
“Hoje não basta ter um touro bonito de catálogo. É preciso saber o que ele carrega no DNA e o que realmente transmite à progênie”, explica a veterinária. “A genética do sêmen é o que define a eficiência do sistema e reduz o risco de quem investe tempo e capital em confinamento. Um animal de genética duvidosa pode comprometer todo o resultado.”
Essa consistência genética, além de elevar o padrão produtivo, garante segurança comercial aos parceiros. A empresa mantém programas de integração e recompra com bonificação diferenciada para animais cruzados com genética Guidara.
“Quando o produtor utiliza material genético com rastreabilidade e histórico comprovado, ele entra em outro patamar de previsibilidade e é isso que permite a recompra”, destaca Daniel Steinbruch, presidente da Guidara.
O movimento também é percebido pelas centrais de coleta. Segundo Fernando Pereira diretor da PremiunGen, a demanda por touros selecionados com foco em marmoreio cresceu de forma expressiva.
“Há alguns anos, esses touros eram vistos como pouco comerciais pelas centrais. Hoje, são os mais procurados. O mercado entendeu que o fenótipo pode até vender catálogo, mas quem entrega resultado é o genótipo”, avalia.
